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Racismo Na Visão Espírita


Rafaela Paes de Campos


A lei dos homens nos diz no artigo 3º, inciso IV, da Constituição Federal: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 1988). E continua em seu importantíssimo artigo 5º, inciso XLI estabelecendo que: “A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais” (BRASIL, 1988).


Racismo é crime! Onde? Artigo 140, § 3º do Código Penal Brasileiro e Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989.


A Doutrina Espírita nos traz valiosas elucidações acerca do tema, já que nas palavras do saudoso Richard Simonetti, “a doutrina espírita tem uma valiosa contribuição em favor da extinção dos preconceitos raciais, revelando que somos todos espíritos em evolução, submetidos à experiência reencarnatória. E que podemos ressurgir na Terra como negros, brancos ou amarelos, em qualquer continente ou região, de conformidade com nossos compromissos e necessidades.” (SIMONETTI, s.d., p. 46).


Em O Consolador, do Espírito Emmanuel, pelo médium Chico Xavier, aprendemos: “Se é justo observarmos nas pátrias o agrupamento de múltiplas coletividades, pelos laços afins da educação e do sentimento, a política do racismo deve ser encarada como erro grave, que pretexto algum justifica, porquanto não pode apresentar base séria nas suas alegações, que mal encobrem o propósito nefasto de tirania e separatividade.” (XAVIER, 1940, p. 28).


O racismo é condenado por todos, e não seria diferente com a Doutrina Espírita. Somos todos iguais, não há qualquer justificativa para os grotescos absurdos que nos remontam à época nada memorável da escravidão, e nem aos nefastos atos de algumas pessoas ainda nos dias atuais.


No Livro I, Capítulo III de O Livro dos Espíritos, subtítulo “Diversidade das Raças Humanas”, a Espiritualidade sana as dúvidas acerca do tema:


“52. Donde provêm as diferenças físicas e morais que distinguem as raças humanas na Terra?” - “Do clima, da vida e dos costumes. Dá-se aí o que se dá com dois filhos de uma mesma mãe que, educados longe um do outro e de modos diferentes, em nada se assemelharão, quanto ao moral.” (KARDEC, 2009, p. 46-47).


É muito simples de entender que os diferentes pontos do globo terrestre possuem condições climáticas e de vida diferentes. Enquanto em alguns pontos o clima é ameno, em outros o calor é escaldante e em outros o frio é insuportável para muitos de nós. Deus, em sua infinita sabedoria, obviamente que estabeleceria diferenças físicas entre seus filhos, com o intuito de cada um sobrevivesse de forma adequada ao lugar onde nasceria. Esse é o único motivo: adaptação, sobrevivência, de resto, não há distinção.


“53. O homem surgiu em muitos pontos do globo?” - “Sim e em épocas várias, o que também constitui uma das causas da diversidade das raças. Depois, dispersando-se os homens por climas diversos e aliando-se os de uma aos de outras raças, novos tipos se formaram.” (KARDEC, 2009, p. 47).


O homem surgiu em diferentes locais da Terra, e conforme explicado acima, isso é um dos motivos pelos quais ele difere entre si no que tange a raça. Aos poucos, os homens caminharam pelo mundo e acabaram criando novas raças por meio da miscigenação. Continua explicando a mesma questão 53:


“Estas diferenças constituem espécies distintas? - “Certamente que não; todos são da mesma família. Porventura as múltiplas variedades de um mesmo fruto são motivo para que elas deixem de formar uma só espécie?” (KARDEC, 2009, p. 47).


Não há diferença entre brancos, negros, mulatos, índios, amarelos. Não há nada que os diferencie, não há nada que faça separação entre todos nós. Somos todos iguais, da raça humana, filhos do mesmo Pai de amor, só diferentes pela adaptação pela qual passamos pelas vidas vividas e pelas necessidades dos locais onde nascemos. Somos todos iguais.


“54. Pelo fato de não proceder de um só indivíduo a espécie humana, devem os homens deixar de considerar-se irmãos?” - “Todos os homens são irmãos em Deus, porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo fim. Estais sempre inclinados a tomar as palavras na sua significação literal.” (KARDEC, 2009, p. 47).


Por fim, o mais importante, mais básico e mais necessário para o entendimento de todo nós, de uma vez por todas: Somos e sempre seremos irmãos, pois nossos Espíritos, criados por Deus, possuímos um Pai em comum e um objetivo em comum: evoluir.


A quem ainda carrega a chaga do racismo: Evolua! Somos todos iguais, não há distinção, não há motivos para que uns se sintam maiores e outros se sintam ou sejam feitos menores. A nossa verdadeira essência mora em nosso Espírito, e é ele quem deve ser levado em conta em toda e qualquer situação.


Respeito, tolerância ... Principalmente amor! É para isso que aqui estamos. Por isso, não se esqueça: evolua!


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REFERÊNCIAS:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. Araras, SP, IDE, 182ª edição, 2009.

SIMONETTI, Richard. A Presença de Deus. Disponível em: http://bvespirita.com/A%20Presenca%20de%20Deus%20(Richard%20Simonetti).pdf. Acesso em: 24 de abril de 2019.

XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 1940. Disponível em: http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/l27.pdf. Acesso em: 24 de abril de 2019.


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